terça-feira, outubro 10, 2006

Tarja preta

Quando fecharam a tampa do caixão, seu pranto espasmado surpreendeu a todos. E mesmo aqueles menos ligados afetivamente à mulher ou menos suscetíveis às lágrimas, não puderam se conter ante tamanha demonstração de dor e desespero.
O que ninguém sabia era que o rapaz não chorava pela perda definitiva da mãe (muitas pessoas só se convencem da perda de uma vida quando o corpo é encoberto pela tampa do caixão), nem a lembrança do pai, também recentemente falecido. O rapaz chorava porque minutos antes de lacrarem o corpo da mãe, uma tia o abraçou com sincero afeto. E ele teve uma ereção.

Nenhum comentário: