quarta-feira, junho 03, 2009

Taba

Levanta a cabeça e olha as portas fechadas do armário. Mia para si mesmo. Quando atravesso de um cômodo a outro, corre na frente, esfregando-se nas minhas pernas. Olha fixamente para Ana, enquanto ela dorme. Mia para Ana acordar. Quer estar tão perto, que às vezes sobe em nossos ombros como um papagaio. Cheira nossa boca. Já mordiscou meu nariz.
Taba me dá asma. Pela primeira vez, preciso usar bombinha. Outro dia, passei meia hora explicando para ela que não podia ficar perto. Ela miou alto e fino, como um lamento. Voltou a me seguir e eu a fechar a porta do quarto.
À noite, ela fica aninhada em si mesma, na porta do quarto. Qualquer movimento na cama faz com que ela mie. Taba quer entrar. Taba me dá asma. Taba não pode entrar.