terça-feira, agosto 26, 2008

Mingau Quente

Comigo o amor vai acontecendo aos poucos: devoro e sou devorado pelas beiradas.

segunda-feira, agosto 25, 2008

A linguagem dos sinais

Existe uma linguagem dos sinais. Mas poucos são os "alfabetizados" e eu não sou um deles.

Hoje de manhã, enquanto caminhava para casa, pensava na melhor maneira de ir para o trabalho: de ônibus, de bicicleta ou a pé. Normalmente vou de bicicleta, mas como teria uma reunião na Barra depois do expediente, estava calculando os prós e contras das três opções - por exemplo, se fosse de bicicleta, teria que voltar em casa e depois pegar um ônibus para a Barra.

Ao passar por uma banca de jornal, vi uma revista pendurada em cuja capa havia a foto de uma mountain bike e a seguinte chamada: "Vá de bicicleta". Apenas isso. Na hora tive a certeza de que se tratava de uma resposta; mas como a Razão dizia outra coisa, revolvi ignorar a "mensagem" e fui para o trabalho a pé.

Mais tarde, recebo um e-mail da pessoa com quem me encontraria cancelando o encontro. E assim, a Razão foi por água abaixo. O sinal que me foi dado, embora para mim de lógica incompreensível naquele momento, estava certo.

Perdi uma grande oportunidade, porque cada sinal ignorado faz com que nos afastemos mais e mais desse "alfabeto sensitivo". É como aprender uma nova língua, mas não praticá-la: com o tempo nos esquecemos de tudo, e nos tornamos ignorantes para aquela forma de comunicação.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Nenhum Flagrante

Depois do almoço pesado, uma breve caminhada pelo calçadão de Ipanema. A digestão como principal motivo daquele esticar de pernas antes de sentar na cadeira em frente ao computador para mais 5 horas de trabalho. Mas também uma outra motivação: a busca de um flagrante. Estrangeiros desengonçados (como qualquer turista em qualquer parte do mundo); homens tatuados jogando altinha; outros homens tatuados jogando frescobol; mulheres tatuadas torrando ao sol - é impressão minha ou todo mundo no Rio é tatuado?
De repente, dois policiais, cada qual num quadriciclo, invadem a areia: eles também estão atrás de um flagrante. Giram em torno de um grupo de pessoas, conversam entre si, andam mais um pouco e em seguida voltam para a ciclovia. Alarme falso, nenhum flagrante.

O mesmo acontece comigo: volto para o escritório, sento-me diante do computador e digito palavras mediocres.