terça-feira, agosto 29, 2006

epidemia de adaptações literárias

Barbara Heliodora e Macksen Luiz, os principais críticos de teatro do Rio de Janeiro, têm falado de uma onda de adaptações literárias que estariam assolando o atual panorama do teatro carioca. Como se tais "adaptações" representassem uma doença epidêmica ou um desvio de caráter.
O diálogo do teatro com outros meios de expressão artística, como por exemplo a literatura, não é novidade faz muito. E se agora observamos um efetivo aumento desse diálogo nos palcos cariocas, alguma coisa deve significar. Por que não olhar para o "fenômeno" com interesse reflexivo? Por que tachar essa tendência como "onda assoladora"?
Isso só para começar. Porque também seria preciso pôr na roda o próprio conceito "adaptação". Recentemente escrevi dois textos que adjetivei como "livremente inspirados" em obras de dois escritores de língua alemã: Franz Kafka e Goethe. Apesar de ter me apropriado de textos (e da biografia) desses autores, não fiz nenhuma "adaptação" para o teatro. Usei-os como referências, parti deles para expressar os desejos de um grupo de teatristas. Referência, Cópia, Pastiche, Alusão, Influência... Qual a novidade? É algum problema? Por que não problemática?

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