quarta-feira, abril 18, 2007

Estréia

Maria leu
No livro dos nomes
E colheu,
Do livro, dois nomes:
Julieta, se menina
se menino, Romeu.

Nasceu
Em Maria
A vontade de fazer teatro.

Escrito em 26 de agosto de 2004.

Na hora do chá

Gato caminhando pela beirada do terraço. Acima, a lua prateada. Abaixo, dois andares abaixo, no prédio em frente, uma menina de, no máximo, 15 anos dançando funk só de calcinha e com o dedo na boca. A chaleira apitando, a água fervendo, o telefone tocando sem parar. Vou chegar mais tarde, hoje, reunião no escritório. No lado de cá da linha: Não tem problema, eu ia mesmo tomar um chá e dormir cedo.
Gata no cio. Acima, a lua parece sangrar de tão vermelha (não era prata?). Abaixo, dois andares abaixo, no prédio em frente, a menina dançando com a mesma fúria e o dedo na boca, mas agora no colo do senhor engravatado (não gosto daquela gravata, realmente não lhe cai bem). Chá servido e sorvido na varanda. Não, ele nunca foi tão pontual.

- Anotação em agenda de junho de 2005.

terça-feira, abril 17, 2007

Agora vai! (Eu acho)

Temos a oportunidade histórica de virar o jogo contra a miséria humana em que estamos metidos, após as recentes incursões da Polícia Federal no fétido mundo do crime organizado que já envolveu, há muito, o legislativo, o executivo e o judiciário de todas as esferas governamentais: municipais, estaduais e federal.
Mas o que me deixa mais otimista nisso tudo e o que me faz crer numa mobilização do povo (Meu Deus, onde está o povo brasileiro? Onde estou eu?) para que não haja, uma vez mais, impunidades pra tudo que é lado, reside no fato de que houve roubo no resultado do desfile das escolas de samba do Rio. E como a Beija-flor tem sido seguidamente campeã do nosso carnaval, a coisa é realmente muito séria. Duvido que as nações da Mangueira, do Estácio, do Salgueiro e adjacências vão ficar de braços cruzados num momento grave como esse. Duvi-de-o-dó!

Bom, mas se ninguém for pra rua depois disso, resta ainda uma última esperança: que a PF faça uma incursão pela máfia do nosso futebol. Já pensaram no fuzuê que isso pode acarretar? Ai, sim, o povo vai botar pra quebrar.

quarta-feira, abril 11, 2007

A conversão

Acabei de escrever um texto chamado “Vão Paraíso” e com isso creio estar entrando numa nova e emocionante etapa da minha vida: a comédia. Não que o humor não estivesse presente nos meus textos, mas agora ele ganha lugar de destaque. É como se eu estivesse me convertendo, religiosamente, a um estágio superior de humanidade, aquele dos que riem de si mesmo. Nesse sentido, Woody Allen é meu pastor e nada me faltará enquanto ele estiver vivo e fazendo piadas sobre sexo, análise e judeus. Juro que pensei até em me converter também ao judaísmo só para poder fazer como o mestre Woody sem maiores problemas. Por falar nisso, vocês (?) já viram o filme do Borat? Noooooooooooooot?!?

quarta-feira, abril 04, 2007

Água-viva e tatuí

Nunca fui grande frequentador de praia, mas eu lembro bem que, pelo menos até minha adolescência, Copacabana tinha tatuí e água-viva. Essa última era responsável pelo meu temor de entrar na água, ficava imaginando as minhas pernas sendo atingidas pelo bichinho transparente e molengo que me queimaria gravemente.

Hoje eu evito entrar na água para não ser atingido nas pernas também por algo transparente e molengo: sacos plásticos.

Tatuí? Dizem que em Búzios ainda há.