quarta-feira, agosto 30, 2006

Agulha, linha e afeto

Minha terapeuta disse que minha mãe foi a pessoa que costurou amor em nossa família.
Ela é costureira até hoje, eu disse.
Não é a toa, ela riu com o canto da boca. Não é a toa.

terça-feira, agosto 29, 2006

ciscos e cortes

Teve uma época na minha vida que todos os dias ciscos caíam em meus olhos. Eu vivia com eles inchados, vermelhos, doloridos. Eu os lavava constantemente, isso aliviava.
Como há uns meses atrás em que andei me cortando com folhas de papel. Inúmeras vezes. Na hora do banho o dedo ardia e eu me lembrava - dos olhos.

epidemia de adaptações literárias

Barbara Heliodora e Macksen Luiz, os principais críticos de teatro do Rio de Janeiro, têm falado de uma onda de adaptações literárias que estariam assolando o atual panorama do teatro carioca. Como se tais "adaptações" representassem uma doença epidêmica ou um desvio de caráter.
O diálogo do teatro com outros meios de expressão artística, como por exemplo a literatura, não é novidade faz muito. E se agora observamos um efetivo aumento desse diálogo nos palcos cariocas, alguma coisa deve significar. Por que não olhar para o "fenômeno" com interesse reflexivo? Por que tachar essa tendência como "onda assoladora"?
Isso só para começar. Porque também seria preciso pôr na roda o próprio conceito "adaptação". Recentemente escrevi dois textos que adjetivei como "livremente inspirados" em obras de dois escritores de língua alemã: Franz Kafka e Goethe. Apesar de ter me apropriado de textos (e da biografia) desses autores, não fiz nenhuma "adaptação" para o teatro. Usei-os como referências, parti deles para expressar os desejos de um grupo de teatristas. Referência, Cópia, Pastiche, Alusão, Influência... Qual a novidade? É algum problema? Por que não problemática?

A coisa: essa coisa

A coisa funciona assim: ontem escrevi "livo" ao invés de "livro". Quer dizer, errei.
Quero cometer outros tipos de erros, não esse. Quero errar por muito, não por pouco.
Então, me colocar dessa maneira - pública - é um treinamento. Escrever todo dia - ainda que uma bobagem como essa - é um exercício. Todos os dias.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Ponte aérea 01

[01 porque isso ainda vai render muitas postagens]

Moro no Rio. Nunca saí daqui pra morar em outra cidade. Mas não é de hoje que penso seriamente em trabalhar - e portanto morar - em São Paulo. Simples: faço teatro. Preciso dizer mais?
Prevejo um êxodo de teatristas cariocas em direção àquela cidade. Prevejo o óbvio. Conheço duas ou três pessoas que já iniciaram o processo. Ano que vem farei parte da leva. E levo comigo computador, livos e Silvia.

Frio na barriga

Como qualquer "primeira vez": frio na barriga.
E olha que não é nada - apenas um blog.
Não é nada.
Nada.